foo bar baz

Se você já está há algum tempo na área de computação, principalmente se está envolvido em algum projeto ou utiliza alguma ferramenta open-source, já deve ter encontrado exemplos de códigos de programas com variáveis, arquivos ou qualquer outra coisa com nomes como foo, bar, baz, qux, quux, foobar, ou outros nome estranhos.

Todos esses são termos hackers e usados geralmente como nomes para absolutamente qualquer coisa: variáveis, arquivos, programas etc. A etimologia da palavra “foo” é obscura e incerta. Segundo o “The New Hacker’s Dictionary”, 3ª ed., diversas origens são possíveis (e talvez elas tenham se intrincado e imiscuído até que o termo “pegou”).

Reproduzo aqui algumas dessas origens citadas no “The New Hacker’s Dictionary“:

  • Os quadrinhos americanos “Smokey Stover“, publicados a partir de 1935 por Bill Holman, costumavam includir a palavra FOO em placas de carros;
  • Em 1938, o desenho “The Daffy Doc“, uma versão antiga do “Patolino”, aparece segurando um cartaz que dizia “SILENCE IS FOO”. Foi sugerido que esse uso da palavra está relacionado à palavra Chinesa “fu”, algumas vezes escrita como “foo”, que pode significar “felicidade” quando falada com um determinado tom próprio (as estátuas de cães-leões que guardam os degraus de muitas construções chinesas são chamadas de “fu dogs”);
  • Durante a 2ª Guerra a palavra FOO foi muito usada junto com BAR formando o acrônimo FUBAR, para “Fucked UP Beyond All Repair”, ou seja, denominada um equipamento que estava totalmente destruído, fora de possibiliade de qulquer reparo;
  • Ainda durante a 2ª guerra, FOO era tomado por um soldado legendário do exército Britânico: por onde as tropas passavam escreviam em grafite “FOO was here”;
  • Em outra conexão com a 2ª guerra, FOO estava relacionado com o “Forward Observation Officer“, um Oficial de Observação Avançada. Era um acrônimo do exército Britânico (e talvez para o Americano) para o homem entrincheirado, bem na linha de frente, observando onde estão localizadas as coisas amigáveis ​​e não tão amigáveis, e direcionando o fogo de artilharia, por telefone (ou mais tarde, rádio);
  • Alguns alegam que as palavras FOO e BAR aparecem nos quadrinhos “Pogo“, publicados a partir de 1948 por Walt Kelly’s;
  • Operadores americanos de radar, a partir de 1950, usavam o termo FOO para denotar um traço misterioso ou espúrio que seria, futuramente, chamado de UFO;
  • Talvez o uso de FOO na cultura hacker tenha se originado dos quadrinhos “FOO, Lampoons and Parody“, publicados em 1958 pelos irmãos Charles e Robert Crumb. A palavra FOO estava impressa em letras grandes, na capa, e era uma referência aos quadrinhos “Smokey Stover”;
  • Em 1959, no “Dictionary of the TMRC language” (TMRC: The Tech Model Railroad Club, uma das fontes iniciais da cultura hacker, no MIT), havia a seguinte entrada:
    • “FOO: the first syllable of the sacred chant phrase ‘FOO MANE PADME HUM.’ Our first obligation it to keep the foo counters runing.”
    • Obs.: como quase todo o staff do TMRC, no futuro, deu origem ao MIT AI Lab e, provavelmente, internalizaram o termo FOO a partir daí.
  • Em 2001 um Request For Comment (RFC n.º 3092) foi publicado para discutir a etimologia do termo “FOO”.

Provavelmente o termo FOO (e outros relacionados) utilziados na cultura hacker não tem uma única origem e podem ter vindo de todas as fontes anteriores (ou ainda de outras desconhecidas).

Na foto ilustrativa: trecho da RFC 269 (“Some Experience with File Transfer) que usa os termos FOO e BAR.

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